segunda-feira, maio 26, 2008

Estatuto Trabalhador - Estudante

Enfim... passados meses, desde 11 de Janeiro que foram as minhas férias, tenho agora 20 minutos para voltar a escrever. Estes meses passaram-se como se passam os minutos enquanto comemos um gelado ou dormimos na praia... Bons... Rápido!
A Escola absorve-nos com a mesma intensidade que respiramos quando corremos, com a mesma intensidade que chove no Inverno em Salamanca, com a mesma intensidade que o Sol brilha no Verão no Alentejo... Absorve-nos a nós os que gostamos de lá estar, que fazemos por gosto, que nos entregamos ao compromisso de querer ajudar sem poder ajudar todos os que nos procurarem, que assumimos o compromisso de não nos envolvermos demasiado mas estamos seguros de que o vamos fazer, a todos os que estudamos o serviço com o intuito de o tentar cumprir com o coração e não com o orgulho no canudo e no título.
Está a ser das coisas mais difíceis a que me propus até hoje, estudar uma coisa que adoro, enquanto trabalho num sítio que também adoro e me gosto de dedicar, onde vão tomar café os melhores amigos que podemos ter, onde tenho os colegas que são já muito mais do que isso, muito amigos também, onde temos os clientes que nos mimam com simpatias porque são já da casa, porque gostam de nós e mostram isso...
O cansaço bate a porta todos os dias, quando me levanto ele mostra que está lá, sorridente, mas também me empurra para a frente, a escola está lá, sorridente, nas notas, nos professores que ajudam também nos empurra para a frente... o trabalho está lá, mas nos colegas que garantem as folgas e trabalham por mim nas frequências também empurra e puxa para a frente.. por isso sinto que este tem sido um ano de muitos passos bem dados de muitas ajudas agradecidas de muitas alegrias... pouco blog, poucos cafés, poucos filmes e poucas séries, poucas saídas, poucas sestas no sofá... poucos emails, pouco messenger, pouco tempo com a família, poucas viagens e poucos passeios curtinhos á volta de Beja aos sábados de manhã...

Na volta ao centro de Paralisia Cerebral, quando nos sorriam percebíamos que todos os esforços não são esforços verdadeiros porque cansaço e até mesmo algumas dores no corpo se vão embora num momento em que o computador mostra aquilo que um deles nos queria dizer...
"Bom Dia.... Obrigado!"

Obrigado a ti
Obrigado as todos os que me ajudam todos os dias a ser tão feliz
Obrigado meu amor




sexta-feira, janeiro 11, 2008

Mais saídas à Noite...

... menos de um mês e voltei a sair! Estou de férias e a conversa com as amigas não terminava, tivemos que lhe mudar o lugar várias vezes porque a ASAE parecia querer acabar com a quinta à noite dos estudantes da cidade.
A noite foi divertidíssima mas quase como se passeasse num jardim de estranhos hábitos que não reconheço. Agora canta-se muito mais que antes por exemplo, as raparigas gritam canções de ataque em que mandam os homens à fava, e os homens cantam as coisas que aprendem possivelmente na tuna. Quando damos por isso tá metade da minha turma gritando 'O Serviço manda aqui' e os homens 'e quem não-salta é não sei o quê'... ver uma data de marmanjos suados e bêbados a fazer aquela figura é assustador, mas não deixa de apimentar a noite, pelo menos para os que saem comigo que se divertem imenso com a minha expressão facial enquanto observo. E digo mais... para os que pensam que observam criticando enganam-se, tento ao máximo abstrair-me e entender este fenómeno universitário que esta a alcançar cada vez mais adeptos, o de gritar e pular nos bares. Porque será que se expande até aos locais de divertimento o que seria típico de uma claque? Isto intriga-me, principalmente porque pensava que o interesse maior da noite, para muitos, era a conquista, e vejo que, de certo, padrões de conquista mudaram, porque deve haver quem ache sexy estas manifestações de força bruta, por parte dos homens e histerismo por parte das mulheres!


sábado, janeiro 05, 2008

A responsabilidade é de todos

Sei bem que opinar de muito pouco vale, é apenas mais uma de muitas que aliás nem é considerada muito válida porque é simples, sei bem que nem vale a pena concentrar-me muito nela para não me aborrecer e fazer aquilo que individualmente me compete: acreditar… Mas [tinha mesmo que vir este ‘mas’] vou atrever-me a dizer que acho que os portugueses tendem a caminhar a passos largos para um caminho turbulento e cheio de perigos e [agora vem o emocionante da minha opinião] a culpa não é do governo, não é dos políticos, não é dos patrões, não é dos outros mas sim SUA e de mais ninguém. Este marasmo a que as pessoas se jogaram sem vontade de nada é a mesmíssima atitude que os está a manter lá, decaindo a velocidade estonteante.

Hoje via um documentário do Sociólogo António Barreto onde um dos empresários com sucesso respondia, e com muita razão, 'O trabalho tem que ser nosso!' Não é o governo, não é isto nem aquilo... Aperceber-se-ão os portugueses que o mundo não tem que mudar para que eles consigam ser ricos? Esta cultura de espera pelo Euromilhões começa a deixar-me um pouco entristecida. Nesta rica espera vivemos atribuindo culpas, normalmente ao que nos é exterior. E, se é bem verdade que o Governo deveria apoiar determinados projectos com outro ênfase diferente do actual, também é certo que não é por não faze-lo que devemos demitir-nos das nossas funções de povo, de sociedade, de pessoas que constroem aquilo que é nosso. O nosso país não é dos outros que têm que mudar, é também nosso! E sendo também nosso há que pensar que somos nós mesmos, os Outros dos vizinhos que pensam o mesmo que nós!

Salamanca

As manhãs de sábado faziam-se a preparar a tarde de frio a passear. Este seria o fim de semana de partir se ainda fosse 2005, pensava no brilho da cidade e queria estar lá a viver-lhe estas fachadas que nos emolduravam as fotografias num misto de barroco, com apostas arrojadas de restauração moderna e que introduzem uma certa graça. Hoje tenho saudades de Salamanca. :)

quinta-feira, janeiro 03, 2008

01.01.2008

Não sou de grandes festas no final do ano, prefiro dedica-lo à digestão de todas as emoções fortes do ano que se passou, para começar nova e fresca, para que as novas, vindouras, não possam causar indigestão ou entrar em desacordo com algo que não tenha ficado bem digerido. Gosto de sorrir e estar caladinha nessa noite, tranquila. Este ano que passou foi lindo. Foi dos anos mais emocionantes que poderia ter, ganhei primos e tios, a alegria de saber que ia ser tia, recebi imensas bênçãos, cresci muito, visitei novas terras, perdi pessoas queridas que dormem em paz e que partiram a seu tempo, entrei num novo curso que adoro, encontrei a alegria de conhecer muitos mestres, vi crescer o meu amor… tive um ano muito feliz.

A manhã estava tranquila, ainda me mantinha na cama e ouvia os ruídos lá fora, a porta abriu devagar e o grande sorriso da avó anunciou que a primeira viagem importante do ano não era a nossa, era a de Maria que queria nascer.

Até lá o caminho pareceu-me ainda mais bonito e tranquilo apesar de, na manhã de ano novo, os pássaros fazerem o mesmo de sempre. O vento cantava a mesma música que fazia as folhas dançar nas árvores, as paisagens do Alentejo estavam tão bonitas como sempre as vi, mas eu estava diferente, fazia uma viagem diferente, começava um ano diferente.

Nós chegámos cedo, mas cada minuto era importante para ganhar coragem, para sair e começar de novo, para realmente começar, a Maria levou o seu tempo. Nós esperámos com muita alegria, com muita fé, foi um dia feliz. Às 7 da tarde, nasceu a Maria, vimo-la por volta das 8. Comecei o ano da melhor maneira que poderia começar.

Feliz ano a todos!

*Muito 2008 por vir